É tempo de regozijar-se no Senhor

Texto Base: Neemias 2
Quantas vezes, você já não entrou no templo com muitas preocupações, frustrações do dia-a-dia, e partiu pra adoração, assim mesmo como estava? Com todos os motivos para a tristeza, você adentrou diante da presença do Senhor, mas nem sequer lembrou de que é diante dEle que teus problemas, dilemas e complexos podem ser corrigidos? O seu semblante só era triste e amargura, a adoração ao Senhor praticamente inexistiu.
Assim, aconteceu com Neemias, filho de Hacalias, que estava morando em Susã e servindo ao Rei Artaxerxes, rei da Pérsia. De último momento, soube através do seu irmão, Hanani, que os judeus livres do cativeiro na Babilônia estavam passando por grandes dificuldades em Judá e que eram desprezados pelos moradores estrangeiros dali de perto.
Neemias recebeu esta notícia com toda tristeza, sentou e chorou, como está escrito no capítulo 1, versículo 4: Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. E não ficou só nisso, passou dias inteiros, chorando, não comia, mas lembrou-se de falar com Deus e pedir por socorro.
Ah! SENHOR, Deus dos céus, Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos! Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para acudires à oração do teu servo, que hoje faço à tua presença, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, os quais temos cometido contra ti; pois eu e a casa de meu pai temos pecado.
Temos procedido de todo corruptamente contra ti, não temos guardado os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo. Lembra-te da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Se transgredirdes, eu vos espalharei por entre os povos; mas, se vos converterdes a mim, e guardardes os meus mandamentos, e os cumprirdes, então, ainda que os vossos rejeitados estejam pelas extremidades do céu, de lá os ajuntarei e os trarei para o lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome. Estes ainda são teus servos e o teu povo que resgataste com teu grande poder e com tua mão poderosa.
Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo e à dos teus servos que se agradam de temer o teu nome; concede que seja bem sucedido hoje o teu servo e dá-lhe mercê perante este homem. (Neemias 1:5-11)
No v.11, Neemias creio que consciente de suas obrigações, pede pelo seu Rei na oração, para que ele fosse bondoso naquele dia.
Neemias, enquanto o Rei estava jantando, pega o vinho e serve. O Rei imediatamente percebeu a tristeza no rosto de Neemias e o questiona, no v.2: Por que está triste o teu rosto, se não estás doente? Tem de ser tristeza do coração.
Com muito medo, Neemias responde. Mas antes de vermos a resposta de Neemias, é fato, observarmos que este era um período de reinado e entrar diante de um Rei com semblante triste era considerado um insulto e possivelmente não era tolerado. Por isso, que Neemias temeu fortemente e passou a justificar-se, explicando que sua tristeza não tinha nada haver com suas condições de serviço ao Rei. Ninguém era capaz de entrar na presença de um Rei com rosto ou gestos tristes. Contudo, muitos cristãos, entram na presença do Rei dos Reis de um modo frio, melancólico e lamuriante. Se a um Rei naquele tempo era considerando insulto, fazer isso ao nosso Deus é inadmissível. É uma indicação de que estamos insatisfeitos com a nossa porção sob seu governo.
Neemias, sabia destas condições, por isso tratou logo de corrigir a situação, v. 3: Viva o rei para sempre! Como não me estaria triste o rosto se a cidade, onde estão os sepulcros de meus pais, está assolada e tem as portas consumidas pelo fogo?
O que aconteceu com Neemias revela a cada um de nós a verdadeira posição de gratidão e de alegria que devemos ter diante do nosso maior Rei. É entrarmos na sua presença com ações de graças e regozijo, uma alegria tão forte, que nós faz pular como criança. É honra concedida por Deus e devemos demonstrar nossa satisfação com a nossa posição de servos. Até um dia, não sermos mais considerados servos, mas amigos, assim como foi Abrãao: Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. (Jo. 15:15)
Freqüentemente, o povo de Deus era sugestionado: e vos alegrareis perante o SENHOR, vosso Deus, vós, os vossos filhos, as vossas filhas, os vossos servos, as vossas servas e o levita que mora dentro das vossas cidades e que não tem porção nem herança convosco (Dt. 12:12). Deus, ao convocar o povo para um encontro, pede para que todos se apresentem com regozijo. Da mesma forma, Davi, no Salmo 100:4, entende como regozijo uma forma de louvor a Deus: Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome.
Assim também, quando estivermos às portas da adoração, precisamos expressar com todo o prazer da nossa alma, a satisfação de adorar. Como diz, a canção da Ir. Alda Célia: “meu prazer é estar nos átrios do Senhor...”.
O regozijar é uma expressão de gratidão e louvor. É a mesma situação, quando queremos dar um presente a alguém. Escolhemos, claro, aquilo que seja a cara da pessoa, algo que possa eternalizar nossa atitude e que seja da apreciação de quem está ganhando. Ao receber, o presenteado, demonstrará sua alegria, assim como nós ficaremos satisfeitos por termos encontrado o presente certo para aquela pessoa. Há uma troca instantânea de sentimentos. Da mesma forma, quando adoramos com alegria. A adoração é o presente e o efeito seria regozijarmos no Senhor.
É triste ver que muitas denominações incutirem a idéia de que a reverência é solenidade, quietude e sobriedade. Parece que pensam que expressar a alegria é o ápice da irreverência. Infelizmente, estão afastados da verdade.
O povo de Deus deveria ser o povo mais alegre da face da terra, e o nosso regozijo deveria ser notório a todos. Os nossos cultos precisam ser cultos de celebração constante, já que Jesus Cristo está às portas. Refletiria mais fielmente a verdadeira natureza de Deus. Ao invés, afastam as pessoas por causa da frieza e da tristeza. São tão solenes e pesadas que o ambiente se torna rígido e formal. As pessoas passam a demonstrar uma falsa religiosidade e liturgia, sem nenhuma naturalidade. Não devemos ser assim. O espírito de regozijo deve ser constante nos nossos tempos.
Expressar o regozijo através de cânticos espirituais, com cânticos mais alegres. As palmas fazem o nosso corpo sentir o tempo das canções e nos tornam mais sincronizados durante os cultos. A dança revive o nosso sentimento de criança, que faz na pureza e na singeleza do coração. O levantar de mãos, reascendendo a certeza de que vem de Deus a segurança, a proteção e demonstra a rendição diante de sua presença.
Precisamos de menos formalidade e mais vida. Já basta de tantas mortes, homícios, violência, prostituição neste mundo. O mundo jaz no maligno, jaz na tristeza. Que diferença faz o nosso sadomazoquismo eclesiástico? Somos livres, livres do pecado, da condenação. O nosso peso está em Jesus e que mesmo assim na cruz do Calvário, não mostrou-se arrependido ou entristecido, culpando a todos.
Lembrei-me do jovem Estevão, que morreu apedrejado e sorrindo. Ninguém podia compreender de onde podia vir tanta alegria no rosto dele. Mas porque os sacerdotes estavam com suas mentes endurecidas na religiosidade, fazendo de Deus, um Deus tirano e desvalido de sentimentos.
A presença do meu Deus, por vezes me constrange, quando estou ministrando nos cultos da III IEC. Não porque Ele é tirano e sóbrio, mas porque percebo minha condição de pecador. Por tanto, mesmo sendo entristecido pela presença irradiante do Senhor pelas minhas próprias concupiscências, sabe porque não dura muito tempo? Porque me recordo da cruz e lembro-me que Jesus estará ali para me purificar dos meus pecados e me levar até a sala do trono do nosso Pai. Não fique triste, agora, se teus pecados te afastam do Senhor. Para removê-los basta entregá-los nas mãos de Cristo, deixá-los e arrepender-se. Não se esqueça que a maior vitória tem sido a da Cruz, e que tua tristeza pode durar uma noite, mas a alegria de estar diante do Deus vivo é certeza de alívio e paz logo pela manhã.